* Por Léo Andrade, referência em low-code e no-code no Brasil
Muitos estudantes de tecnologia já assumem que odeiam programação e se perguntam se é normal. A resposta é que é algo muito mais comum do que se possa imaginar. Às vezes, o aluno sente um desconforto enorme em sala de aula. Segue as orientações do professor, abre a ferramenta de desenvolvimento, cria um projeto e, totalmente desanimado, simplesmente copia as coisas que são passadas posteriormente. Porque, se depender de sua própria iniciativa, nada sai de sua mente, que se mostra super criativa em outras áreas. Por vezes, o aluno “mata” a aula se distraindo com outras atividades, só para poder passar o tempo e se livrar daqueles minutos intermináveis de lógica de programação, algoritmos e afins.
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É um tal de “eu travo na hora” misturado com “não consigo pensar”, “tudo é tão difícil”, que a impressão que dá é que são casos perdidos, que é impossível mudar este cenário. Quando se está em um curso, sendo obrigado a cumprir as metas estabelecidas pela grade curricular e empurrar goela abaixo aquilo que passam, nada mais natural do que as pessoas desistirem. Novamente, isso é mais comum do que podemos imaginar. E o problema não é exatamente do aluno. O problema reside, em tese, no modelo atual de ensino.
Sabe aquela pergunta que sempre fazemos no ensino fundamental e médio de por que estudamos determinadas matérias, nesses anos iniciais dos nossos estudos? É sempre a mesma regrinha: aprender A, depois aprender B, aprender C e aprender D. Frequentemente somos obrigados a decorar termos e comandos (no caso de linguagens de programação), sem ao menos saber seus significados. Até chegar um outro professor, com um outro paradigma de programação, e dar um “reset” na mente de cada um. E o ciclo se inicia novamente.
Mas essa situação pode, sim, ser transformada! Ter um propósito é algo que nos alimenta todos os dias, ao acordarmos, e quando juntamos motivação a essa receita, é possível fazer as coisas de modo diferente. Uma dica é usar a estratégia da gamificação, criando jogos da vida real para fazer as tarefas com muito mais criatividade e diversão.
Transforme tudo em um “game”
Tome uma decisão importante: comece do zero. E pare de se comparar com quem está mais à frente. Você só precisa ser melhor hoje do que você foi ontem. E agora vem a melhor parte: prepare recompensas para si mesmo. Nosso cérebro precisa desses estímulos. Crie pontuações para cada “fase” que você completar desse jogo. Conseguiu acordar cedo? 10 pontos pra você. Caminhou por algum tempo antes de ir ao trabalho? Mais 20 pontos pra você. A chuva atrapalhou seu treino? Ela é uma das fases mais difíceis de se passar: 50 pontos se caminhar na chuva. E assim por diante. Você não vai precisar de muito tempo para tornar isso um hábito e seu cérebro vai adorar.
Chegamos a outra fase bem difícil de ser ultrapassada. O estudo de programação. Insista. Você já venceu outros desafios. O campo de batalha você já conhece: a faculdade. Agora, associe suas recompensas com algo muito bacana que você goste de fazer. Por exemplo, se fez determinado número de pontos, pode comprar aquela pizza gostosa no fim de semana.
Para estruturar seu game, você pode criar suas pontuações com 10 pontos para um novo projeto do zero; 100 pontos para uma prova ou exercício entregue, por exemplo. Em cada semana, avalie sua pontuação e aproveite suas recompensas.
Dada a largada para o game, não esquece de sempre ter um compromisso consigo mesmo e deixá-lo claro publicamente: seja honesto com você e com seu professor. Esclareça sobre seu interesse em progredir, mas assuma suas dificuldades. Isso trará uma sensação de colaboração entre as partes. Mas a honestidade tem que estar à frente de tudo. Não tente passar seu professor “pra trás”, querendo ganhar nota “na malandragem”. Ele irá perceber facilmente. Essa é a primeira fase do seu jogo.
O jogo vai reprogramar sua mente e sua rotina, trazendo mais leveza e dinamismo para o dia a dia e, principalmente, para as atividades de programação.
*Léo Andrade é influenciador e especialista em tecnologia, referência em low-code e no-code no Brasil e autor dos e-books gratuitos A Revolução Low-code e Citizen Developers.
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Redação tecflow
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