*Por Dennis Ferreira
Não faz muito tempo que os jogos eletrônicos eram produtos focados apenas em entreter os jogadores. As desenvolvedoras criavam seus games para que os usuários se divertissem dentro do ciclo daquela narrativa, solucionando quebra-cabeças, derrotando inimigos e passando de fase. Quando determinado título era “zerado” – finalizado – o jogador procurava um outro game para se divertir e assim por diante. Como com filmes de VHS ou DVD, a experiência tinha tempo de duração e era offline. Isso mudou completamente.
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A evolução da tecnologia e a aceleração da transformação digital alteraram profundamente a maneira como as pessoas se relacionam, e com os games não foi diferente. Inclusive, abrindo espaço para novos tipos de conexões. Os jogos se tornaram verdadeiras plataformas interativas, on-line, nas quais as marcas de qualquer segmento têm a possibilidade de se comunicar e engajar com potenciais consumidores o tempo todo. Coca-Cola e Vivo são exemplos entre outras milhares de empresas, que já entenderam o potencial dessa mídia e que, para manterem e ampliarem os vínculos com os seus consumidores, estão sempre buscando alternativas criativas para dialogar melhor com os jogadores um público reconhecidamente conectado, aberto a receber mensagens que façam sentido dentro de seu lifestyle e que, só no Brasil representam 101 milhões de pessoas, segundo a consultoria Newzoo.
A relação entre marcas e usuários pode ser estabelecida por diversos caminhos, dos mais aos menos tradicionais como publicidade in-game, ativações em plataformas voltadas para jogos, experiências gamificadas, presenças em eventos, parcerias etc. Tantas possibilidades abrem ainda mais o leque de oportunidades para empresas que miram um público incrivelmente amplo, não só formado pelos aficionados, chamados heavy users, mas também por gamers casuais, que usam os jogos para relaxar em momentos específicos do seu dia e que procuram maneiras de integrar cada vez mais suas atividades de rotina com os momentos de lazer.
Os dados da Newzoo também mostram que entre os jogadores brasileiros, 55% gostam de assistir a jogos de eSports (esportes eletrônicos), enquanto 34% engajam com os jogos de outras formas, seja conversando sobre o assunto ou consumindo conteúdos relacionados ao universo gamer. O mercado de jogos eletrônicos é um grande ecossistema, cheio de conexões e que deve fechar o ano com faturamento de US$ 2,7 bilhões apenas no nosso país.
Frente a um cenário tão atraente e ainda com muito potencial para crescer, até instituições financeiras estão embarcando nessa jornada. Além de grandes patrocínios a eventos, como o do Banco do Brasil à BGS, o maior evento do setor na América Latina, bancos como C6, Nubank, next e Itáu já realizaram parcerias com grandes marcas endêmicas do universo gamer. Nesse momento, muitas instituições estão indo além e abrindo modelos específicos de contas para esses clientes, oferecendo serviços on-line integrados a plataforma usadas por jogadores, como o Discord, disponibilizando cartões de crédito com vantagens para gamers, entre outros benefícios.
Analisando pelo outro lado, o interesse das marcas de outros segmentos no público gamer também é uma oportunidade para empresas endêmicas ampliarem sua presença. Razer Gold, que é o crédito virtual unificado da Razer, por exemplo, já conta com parcerias com empresas como NuPay, PicPay, MercadoPago e PayPal para facilitar e centralizar a compra dos jogadores em sua plataforma. Dessa maneira, ao unificar a recarga dos jogos em somente um lugar, é possível substituir o tradicional cartão de crédito e fazer pagamentos de outras formas, democratizando ainda mais o acesso do público aos games e dando maior controle financeiro e segurança aos usuários. Já é possível, inclusive, realizar pagamento com criptomoedas, como o Bitcoin e o ethereum.
Antes um produto de nicho, os jogos já fazem parte do dia a dia da maioria das pessoas e estão em praticamente todos os lugares, seja no celular, tablet, smarTV, consoles, computadores e mesmo em ambientes não digitais. A indústria gamer cresceu, floresceu e hoje tem uma audiência vasta e heterogênea. Além do interesse genuíno pelo conteúdo, essa mídia tem o grande diferencial da tecnologia e interatividade, o que faz dela o melhor caminho para marcas que querem dialogar com seus públicos de um jeito mais próximo, customizado, estratégico e eficiente.
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Redação tecflow
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