A NASA apresentou na terça-feira (22) a primeira imagem do protótipo de um telescópio desenvolvido para a missão LISA (Laser Interferometer Space Antenna), que será usada para captar ondas gravitacionais diretamente do espaço. Esse avanço promete revolucionar a forma como estudamos eventos cósmicos extremos, como a fusão de buracos negros e estrelas de nêutrons. A missão, liderada pela Agência Espacial Europeia (ESA) em parceria com a NASA, está prevista para ser lançada na década de 2030.
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O que são ondas gravitacionais e por que são importantes?
Ondas gravitacionais são distúrbios no tecido do espaço-tempo, criadas por eventos astronômicos poderosos, como fusões de buracos negros e supernovas. Essas ondas, previstas pela Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, foram detectadas pela primeira vez em 2015 por observatórios terrestres. No entanto, o LISA será o primeiro experimento a tentar captá-las diretamente do espaço, proporcionando uma nova perspectiva sobre fenômenos que não podem ser observados com luz visível.
Como funciona a missão LISA?
A missão LISA consiste em três espaçonaves que serão dispostas em um triângulo no espaço, com cada lado medindo quase 2,5 milhões de quilômetros, formando uma estrutura maior que o próprio Sol. Utilizando lasers, as espaçonaves irão medir as distâncias entre si com precisão de picômetros (um trilionésimo de metro). Esse sistema será sensível o suficiente para detectar variações mínimas nas distâncias causadas pela passagem de ondas gravitacionais.
Ryan DeRosa, pesquisador do Goddard Space Flight Center da NASA, explica que “telescópios gêmeos a bordo de cada nave espacial transmitirão e receberão raios laser infravermelhos para rastrear seus companheiros, e a NASA está fornecendo todos os seis telescópios para a missão LISA.”
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O protótipo e sua função na missão
O protótipo revelado, chamado de Engineering Development Unit Telescope, será essencial para guiar a construção dos telescópios que estarão a bordo das espaçonaves. Ele foi fabricado e montado pela L3Harris Technologies, em Rochester, Nova York, e chegou ao Goddard Space Flight Center em maio deste ano.
Uma das inovações do telescópio é sua estrutura revestida em ouro, projetada para otimizar a reflexão dos lasers e aumentar a retenção de calor, minimizando as perdas térmicas no ambiente espacial. Essa tecnologia permitirá que os telescópios enviem e recebam sinais laser com a precisão necessária para a detecção de ondas gravitacionais.
Impacto da missão LISA
O sucesso da missão LISA permitirá uma nova forma de observação do universo, complementando os atuais observatórios que captam luz eletromagnética. As ondas gravitacionais fornecem informações sobre regiões e eventos do universo que seriam invisíveis para os telescópios convencionais, como o interior de buracos negros e a formação de galáxias.
Protótipo do Engineering Development Unit Telescope para a missão Lisa (Laser Interferometer Space Antenna) é movido no Goddard Space Flight Center da Nasa • NASA/Dennis Henry
O desenvolvimento dessa tecnologia marca um avanço significativo nas capacidades de detecção da NASA e da ESA, abrindo caminho para uma nova era na astronomia e no estudo dos fenômenos mais extremos do cosmos.
Com o lançamento previsto para a década de 2030, a missão LISA promete expandir nosso entendimento do universo, permitindo que cientistas investiguem a natureza das ondas gravitacionais e compreendam melhor a física por trás de eventos cósmicos extremos.
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Redação tecflow
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