Brasil desafia a crise e vira o único país da América Latina a crescer na venda de celulares em 2025; veja quem lidera o ranking e por quê

O mercado de smartphones na América Latina sofreu uma retração de 4% no primeiro trimestre de 2025, interrompendo uma sequência de seis trimestres consecutivos de crescimento, segundo dados divulgados pela consultoria Canalys. No período, foram enviadas 33,7 milhões de unidades para a região. No entanto, o Brasil destoou da tendência e foi o único entre os cinco maiores mercados da região a registrar crescimento, com alta de 3% e 9,5 milhões de aparelhos comercializados.

Esse desempenho positivo do Brasil tem explicações claras: o avanço de marcas chinesas como Xiaomi, Honor e realme, além da busca crescente dos consumidores por modelos mais acessíveis, especialmente na faixa entre US$ 100 e US$ 299 (cerca de R$ 530 a R$ 1.590, na cotação atual).

Samsung mantém liderança com foco nos modelos populares

A Samsung segue na liderança do mercado latino-americano, com 11,9 milhões de unidades vendidas no trimestre — um crescimento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. O bom desempenho foi sustentado, principalmente, pela linha de entrada, com destaque para os modelos Galaxy A06 e A16, que juntos representaram quase metade do volume total da fabricante sul-coreana. A estratégia da Samsung de focar no público de entrada tem se mostrado eficaz frente ao avanço das marcas chinesas, que vêm apostando pesado em preços agressivos e especificações robustas.

Xiaomi consolida vice-liderança e Motorola recua

A Xiaomi garantiu a segunda posição entre as fabricantes que mais venderam na região, com um crescimento de 10% e 5,9 milhões de unidades comercializadas. O sucesso da marca se deve principalmente aos modelos Redmi 14C 4G e Note 14, que oferecem bom desempenho e preços acessíveis. Em contrapartida, a Motorola, que vinha ocupando a vice-liderança, caiu para o terceiro lugar ao registrar queda de 13% nas vendas, somando 5,2 milhões de unidades. A marca sofreu com a forte dependência dos modelos básicos G15 e G05, que perderam competitividade diante das ofertas das concorrentes chinesas.

Honor sobe, Transsion recua e realme avança no Brasil

A Honor subiu para a quarta colocação com crescimento modesto de 2% e 2,6 milhões de unidades vendidas. Já o conglomerado chinês Transsion — que inclui as marcas Tecno, Infinix e Itel — registrou uma queda expressiva de 38%, marcando seu primeiro recuo na região após uma sequência de trimestres positivos.

A realme, embora ainda não figure entre os cinco maiores players da América Latina como um todo, vem ganhando tração especialmente no Brasil, com investimentos em canais de distribuição, marketing local e parceria com varejistas online.

Brasil lidera mercado latino e contrasta com quedas em México e América Central

O Brasil se consolidou como o mercado mais resiliente da região, responsável por 28% do total de smartphones vendidos na América Latina. O bom desempenho é atribuído à presença crescente das marcas chinesas e à força do comércio eletrônico nacional. Já o México, que representa 22% do volume total de vendas na região, teve retração de 18%, registrando dois trimestres consecutivos de queda. A América Central, que havia subido ao posto de terceiro maior mercado latino em 2024, também recuou — 7% — após sete trimestres de crescimento contínuo.

Segmento intermediário concentra disputa acirrada entre marcas

Apesar do destaque para os modelos de entrada e os topos de linha — dominados pela Samsung com a série Galaxy S25 e pela Apple com o iPhone 16 —, o segmento intermediário continua sendo o campo de batalha principal para as fabricantes. Esse segmento representa cerca de 78% do volume total comercializado na América Latina, e é nele que as empresas tentam oferecer o melhor equilíbrio entre preço e desempenho para atender à base mais ampla de consumidores, especialmente diante das incertezas econômicas.

Projeções para 2025 são cautelosas, com risco de nova retração

A previsão da Canalys para o mercado latino-americano em 2025 é de ligeira retração de 1%, com o setor ainda pressionado por fatores como a volatilidade cambial, inflação elevada, possíveis barreiras comerciais entre Estados Unidos e China, e incertezas econômicas globais.

“Os fabricantes precisarão adotar estratégias mais ágeis, com inovação direcionada e foco na experiência do consumidor para navegar neste cenário mais desafiador”, analisa Miguel Pérez, analista sênior da Canalys.

O contexto desafia as marcas a se adaptarem rapidamente, apostando em diferenciação tecnológica, canais digitais, programas de fidelização e novos formatos de financiamento para manter o ritmo de vendas em um mercado cada vez mais competitivo.

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Redação tecflow

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