Com a tecnologia cada vez mais presente no dia a dia dos consumidores, os dados têm chegado às empresas em volumes, velocidade e variedade cada vez maiores, e, ao invés de ajudar as empresas, acabou gerando um desafio ainda maior para as organizações catalogar e separar os dados para serem utilizados de maneira que os ajudassem.
Visando isso, a Dell Technologies, mundialmente conhecida por fabricar tecnologias para o ambiente de trabalho, como notebook, mouses, entre outros itens, realizou um estudo em nível global, conduzido pela Forrester Consulting, que leva o nome de Data Paradox (Paradoxo dos Dados). Os resultados trouxeram uma informação conflitante com as expectativas geradas através desta modernização empresarial.
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O Data Paradox foi uma pesquisa realizada com mais de quatro mil diretores e tomadores de decisão em empresas de 45 mil países, incluindo o Brasil, realizada em maio de 2021. De acordo com ela, o mercado brasileiro conta com 73% de executivos que acreditam que os dados são essenciais para o negócio. Porém apenas 28% deles conseguem tratar esses dados de forma adequada e transformá-los em informações relevantes para estratégias.
Grande parte disto se deve à falta de conhecimento e ferramentas adequadas para lidar com essa quantidade massiva de informações. Também temos a dificuldade de integração e os riscos relacionados à privacidade e segurança.
O levantamento conseguiu identificar quatro grupos onde as empresas se encaixam de acordo com sua maturidade em relação à gestão de dados adquiridos, seguindo o ponto de vista de tecnologias/processos e cultura/conhecimento.
Novatos de dados: Esse grupo pertence às empresas que estão sobrecarregadas com dados e volumes e precisam de uma otimização da infraestrutura, com o conhecimento para lidar com essas informações que chegam.
Técnicas de dados: Esse grupo transforma os dados que chegam até elas em insights, usando multi-cloud e modelo de serviço para processar os dados na ponta, porém ainda precisam otimizar, tanto os conhecimentos, quanto a cultura para gestão de dados.
Entusiastas de dados: Essas empresas já investem massivamente em conhecimento e culturas focadas em dados; entretanto, ainda precisam melhorar a infraestrutura e os processos para chegar em um nível pleno.
Campeãs de dados: Essas empresas estão no nível pleno, onde conseguem transformar os dados em insights para negócios usando o multi-cloud – modelo de serviços para processar os dados na ponta – e ainda investem em conhecimento e cultura focados em dados.
Segundo o estudo, apenas 23% das empresas brasileiras entrevistadas foram classificadas como “campeãs de dados”. Para termos uma ideia, em nível mundial, apenas 12% das organizações estão preparadas para lidar com a torrente de dados cada vez mais massiva.
Porém ainda temos 47% de empresas que ainda se encontram na fase de “novatas de dados”, 18% como “entusiastas” e 12% como “técnicas”.
Essas informações coletadas através do estudo chegam em um paradoxo, mostrando que 76% das empresas brasileiras coletam dados em uma velocidade muito mais rápida do que conseguem analisá-los e utilizá-los de forma concisa.
Em contrapartida, 74% relataram que possuem dados coletados insuficientes para uso próprio, mesmo possuindo uma boa capacidade de transformar estes dados em informações úteis para uso.
Através deste levantamento, ainda falando no âmbito nacional, 58% das empresas afirmam que armazenam uma grande quantidade de dados em seus data centers, porém não conseguem processá-los na borda.
Para 38% das companhias, os dados estão divididos em silos e não estão integrados em um mesmo ambiente. E ainda 71% das organizações ressaltam que não apoiam de forma ostensiva o uso estratégico da análise de dados.
Tudo isso forma uma combinação que acaba resultando em uma explosão de dados, que dificulta ainda mais o trabalho das equipes, ao invés de facilitar, que é o principal propósito dessas ferramentas.
Dos participantes da pesquisa, 63% dos participantes do estudo relatam que uma grande quantidade de dados não atende aos requisitos de segurança e conformidade, e 59% consideram que suas equipes estão sobrecarregadas com os dados que possuem.
Segundo o líder da Dell Technologies Brasil Diego Puerta, em entrevista ao site Ip News, “em um cenário de transformação digital acelerada e no qual os dados passam a ser cada vez mais estratégicos para a tomada de decisão e para inovação, esse estudo mostra que as empresas – e seus líderes – precisam olhar com mais cuidado para essa questão se quiserem ser competitivas no longo prazo e evitar problemas associados à segurança e conformidade”. E ainda conclui que “o caminho para melhorar isso passa, necessariamente, por investimentos adequados em tecnologia, processos e conhecimento, combinados com uma mudança de cultura das organizações, na qual essa visão orientada a dados deve permear toda a companhia”.
Mas nem tudo está perdido, pois o estudo também mostra um futuro promissor para mudar este cenário. No Brasil, 76% das empresas pretendem implementar o aprendizado de máquina, buscando a automação e detecção de anomalias de dados; 59% planejam mudar para os modelos de dados como serviços; e, por último, 65% delas pretendem mudar seus ambientes para otimizar o processamento e uso de dados nos próximos três anos.
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